No Dia do Podólogo, conheça a história de quem cuida de um dos nossos bens mais preciosos

No Dia do Podólogo, conheça a história de quem cuida de um dos nossos bens mais preciosos

Fotos: Vinicius Becker

4 de dezembro é o Dia do Podólogo no Brasil. A data, que faz referência à criação da Associação Brasileira de Pedicuro – que hoje é a Associação Brasileira de Podólogos (ABP) – em 1964, busca homenagear os profissionais que cuidam da saúde dos pés, garantindo a públicos de todas as idades a prevenção e o tratamento de diversos problemas

Em Santa Maria, essa área tem ganhado cada vez mais visibilidade a partir do trabalho e da dedicação de profissionais como Viviane Rodrigues Siqueira, 44 anos.

Estudo

Em um consultório no Bairro Nossa Senhora de Fátima, a podóloga revisa a agenda e organiza os materiais e instrumentos a serem utilizados em mais um atendimento. O processo é feito com cuidado e atenção aos detalhes. Na lista de procedimentos já realizados por Viviane, estão a remoção de calosidades, unhas encravadas, problemas de pele, entre outros. Ao Diário, ela falou sobre como escolheu essa profissão:

Quando eu iniciei na podologia, já trabalhava como manicure. Um dia, uma cliente disse que eu tinha a precisão de um podólogo. Na época, nem tínhamos podólogos em Santa Maria. Apenas em Porto Alegre. Então, eu perguntei o que era e ela me explicou. Eu lembro que entrei de noite na internet para ver quais procedimentos eram feitos e me encantei. Em 1998, fui para Porto Alegre fazer o curso técnico em Podologia no Senac. Fiquei 2 anos e meio lá e voltei para trabalhar aqui. Passei por diversos salões até montar o meu consultório. Neste período, fiz uma especialização em podologia geriátrica; em pé de risco, como o de pessoas com diabetes, e outra em podologia infantil, porque há bebês que nascem com unha encravada e precisam de acompanhamento.

Na parede do consultório, é possível ver o diploma e os certificados conquistados por Viviane, que está sempre em busca de inovações na área.
Antigamente, quando se tinha uma micose era necessário ir ao dermatologista. Ele indicava os remédios e o paciente ficava cerca de dois anos passando até ter um resultado. Hoje em dia, não é mais necessário, porque esses procedimentos são feitos pelo podólogo. Eu inicio o tratamento de laserterapia ou ozonioterapia com o paciente (abaixo) e, em alguns casos, o problema se resolve em dois meses – relembra.

Regulamentação

Embora antiga, a regulamentação da profissão de podólogo é um tema recente e vem sendo discutido desde 2022. Segundo dados da ABP, em 2022, havia cerca de 50 mil podólogos no país.

O objetivo dos projetos de lei é garantir que esse profissional tenha curso superior ou técnico de Podologia, além de registro profissional emitido pelo Conselho Regional de Biomedicina, caso atue em hospitais e clínicas. Para Viviane, o processo deve trazer segurança aos pacientes e o devido reconhecimento à categoria.

É importante que o podólogo seja visto como uma profissão, porque até então não era reconhecido. Hoje, conseguimos atuar em clínicas, clínicas geriátricas e até mesmo, fazer a coleta de uma micose para um exame e levar até um laboratório. Muitas vezes, no consultório, eu via que tinha aquele problema, mas o exame dava negativo porque haviam coletado de forma errada o material. Hoje, as faculdades estão disponibilizando os cursos de podologia, que antes só tinha em São Paulo. Para fazer o meu técnico, tive que ir até Porto Alegre e esse era o máximo que tínhamos. Então, estamos avançando – comenta Viviane. 

Histórias

Em 25 anos de carreira, a podologia rendeu à Viviane muitos prêmios e homenagens. Mas, acima de tudo, clientes satisfeitos. Para ela, a melhor parte do trabalho é ver o paciente retomar a vida sem dor.

 – Eu sempre soube que queria a parte clínica, ou seja, do atendimento. Uma vez, chegou aqui uma paciente que teve um Acidente Vascular Cerebral e estava com o lado esquerdo dela todo paralisado. A unha dela encravou muito. Ela também não conseguia sentar na maca de atendimento, porque era alto. Ela queria desistir do atendimento e eu pedi que esperasse um pouco. Coloquei ela em uma cadeira da recepção e eu sentei no chão. Eu a atendi e ela saiu sem dor. Até hoje, ela é minha paciente. Então, essa é uma questão humanitária. De lidarmos com seres humanos e sabermos que cada um tem sua individualidade. Eu sempre digo que a podologia não é algo a longo prazo. É a curto prazo. Às vezes, o alívio da dor vem na hora que terminamos de fazer o procedimento. O paciente chega sem conseguir colocar o pé no chão e saí sem mancar. Para mim, isso é gratificante. Isso mostra que o trabalho deu certo e aumentou a qualidade de vida daquele indivíduo – conclui.

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